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SAÚDE: Tratamento oncológico e experiência de atendimento

No Dia Mundial do Câncer, neste dia 04/02, a psicóloga do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste) fala como isso faz a diferença




O acolhimento é um aliado indispensável ao bom andamento do tratamento oncológico. No Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta sexta-feira (04/02), a psicóloga Juliana Dutra - do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste) - fala sobre a importância da experiência de atendimento e como isso faz diferença. Um ambiente aconchegante e organizado é um dos fatores que favorecem, uma vez que leva o paciente a se sentir em casa. 

É bom que isso aconteça desde o primeiro momento que o paciente chega à clínica, que, no caso do NOA, funciona em uma casa. "Quando o paciente está adoecido, ele fica muito desorganizado psiquicamente e tudo o que remete à organização ajuda, mesmo que seja um espaço físico. Se não se está bem emocionalmente e se olha para um espaço bagunçado e outro organizado, qual vai trazer mais tranquilidade? Por isso o espaço tem que ter conforto e organização, para que o paciente se sinta acolhido, tranquilo", explica a psicóloga Juliana Dutra.

É por isso que no NOA a estrutura de casa foi preservada: para que o paciente chegue e se sinta em casa; sinta-se verdadeiramente acolhido; possa ir ao jardim respirar um pouco; entenda que há espaços comuns a uma casa, a exemplo de sala, banheiro e cozinha. "Eles comentam que se sentem em casa mesmo. É o espaço físico, mas também o espaço de acolhimento, de afeto que levamos para eles. Essa concepção de casa, de lar, de unidade, de aconchego, da certeza de que não se está só, mas que o outro está aqui com você", reforça Juliana Dutra.

Desde a realização da triagem, com o preenchimento de um questionário com informações clínicas, atendimento com nutricionista; apresentação da clínica ao paciente; atendimento médico, interconsultas com psicóloga, nutricionista e profissional de enfermagem, o acolhimento precisa estar presente. "O trabalho da equipe multiprofissional é feito em paralelo com as consultas médicas. Conforme o médico vai evoluindo durante o processo de investigação e diagnóstico de tratamento, o paciente também vai sendo cuidado por essa rede de profissionais", detalha a psicóloga do NOA.

Em caso de quimioterapia, as especificidades vão sendo cuidadas simultaneamente. Quando a cirurgia é o suficiente, o suporte permanece sendo dado fora do ambiente quimioterápico, mediante acompanhamento da equipe (nutrição e psicologia, além de enfermagem, conforme a necessidade individual, uma vez cada caso tem as suas peculiaridades). No momento da aplicação da quimioterapia, a psicologia e a nutrição também prestam  suporte ao paciente, mostrando que estão ali para alguma eventual necessidade, uma vez que esse já passou pela equipe e está sendo bem cuidado. Isso faz muita diferença, também segundo a psicóloga. 

A família do paciente oncológico também precisa ser cuidada, como diz Juliana Dutra. "Não é um suporte terapêutico, mas de orientação e direcionamento, por meio de reunião familiar, sobretudo quando se percebe que a família não está entendendo a situação. Em casos assim, a família é convidada a conversar com a psicologia e o médico assistente, a fim de ser esclarecida e orientada. É um momento para também se tirar dúvidas. É nesse processo de comunicação que a gente sente que a família suaviza mais".

Tratamento - A notícia de que está sem a presença da doença traz muito entusiasmo e felicidade. O profissional entende que não é a cura efetiva. O paciente, porém, pondera que, se fez todos os exames e não apareceu nada, não há nenhuma doença ativa, então é a cura. No entanto, essa só vem após anos de acompanhamento sem presença de doença. É preciso, contudo, entender e celebrar aquele momento pois o paciente está super entusiasmado por haver terminado a quimioterapia; por ter feito os exames e não haver nada. "Então a gente vai celebrar mais uma fase, mais uma vitória, a conclusão de um processo de tratamento difícil, doloroso. É sempre motivo de comemoração pela finalização de mais uma fase, pois não é fácil. É sempre um motivo para celebrar!", considera a psicóloga.

Recidiva - Um momento delicado para o paciente, também de acordo com Juliana Dutra, é quando acontece a recidiva (reaparecimento da doença ou de um sintoma, após período mais ou menos longo). Ela diz que ele se sente pior que na primeira vez porque, nesse instante, o paciente tende a ficar desacreditado. "Ele desacredita da equipe, do tratamento e de uma possibilidade de cura. Por isso, às vezes, ele se pergunta: será que vale à pena continuar ou não? Um dos momentos mais difíceis para o paciente oncológico é o da recidiva, quando isso acontece". A profissional explana que, em casos do tipo, é preciso trabalhar de modo que o paciente entenda que é mais uma fase; que, às vezes, não é o retorno da doença, mas uma nova doença e, ainda que seja o retorno, se vai tratar.


Publicado por Antônio Oliveira - Redação BCN - o Blog da Terra da Romaria!

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