REGIÃO: Brejo da Madre de Deus é tombado Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco
O núcleo urbano secular do Brejo, com seu gracioso conjunto arquitetônico, cercado de belas paisagens naturais por todos os lados, foi tombado em abril pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A partir de agora, o núcleo urbano é patrimônio cultural de Pernambuco. E também o seu entorno, incluindo suas paisagens naturais.
Para reformar os prédios, adaptá-los para uma loja, por exemplo, a mudança tem que passar pelo crivo da Fundarpe. Assim evita-se a bagaceira que ocorre em vias do Recife, como as Ruas da Imperatriz e Nova, onde os belos sobrados dos séculos 18 e 19 são descaracterizados por comerciantes, com a benevolência das autoridades municipais. Além do Brejo da Madre Deus (no Agreste), Pernambuco tem outros núcleos urbanos tombados pelo Estado e outros em processo de tombamento.
Entre as tombadas, estão Triunfo (Sertão) e Muribeca,em Jaboatão dos Guararapes (Região Metropolitana). É o que informa Neide Fernandes de Souza, Gestora de Patrimônio Histórico e Material da Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe. Ela conta que duas outras cidades, estão com processo de tombamento em tramitação: Belém do São Francisco e Floresta (ambos no Sertão do São Francisco). Há outras cidades – como Olinda e Igarassu (RM) cujos centros históricos são tombados pelo Iphan. No caso do Brejo da Madre de Deus, o tombamento atinge a Zona Histórica de Preservação Rigorosa e a Zona Histórica do Entorno.
O tombamento também determina a proteção da Zona Ambiental do Entorno e também da Paisagem Natural. A cidade fica em um vale, formado pelas Serras da Prata, do Estrago e do Amaro, e integra a Bacia Hidrológica do Capibaribe. Sua vegetação é típica de áreas serranas com pequenos brejos de altitude. As serras, quando molhadas, com pequenas quedas d´água, brilham como espelhos ou parecem prata, lindas. E quando chove muito, algumas delas ostentam cascatas como as que circularam nesta semana, nas redes sociais. À tarde, mesmo em épocas secas elas ficam bonitas, com a caatinga sob a luz do sol.
Além disso, o Brejo é muito antigo. A ocupação da localidade data do século 18, pois em 1759 conquistou o credenciamento de Freguesia, passando a atrair população e negócios e abrigando instituições públicas que atendiam a demandas não só do Agreste mas também do Sertão. Em 1814, a Ouvidoria que funcionava na Vila de Cimbres, em Pesqueira, transfere-se para o Brejo. A partir de 1825, a população passa a pressionar as autoridades para que o Brejo se transforme, também, em vila. O requerimento, no entanto, seria atendido em 1833.
O tombamento inclui edificações como a Igreja de São José (no alto de uma colina), a de Nossa Senhora do Bom Conselho (na parte baixa), a Casa da Câmara e o Museu Histórico.
Com informações de Letícia Lins do Oxe Recife
Fotos de Grinaldo Gadelha, Série “Divino Brejo”
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