As abordagens não têm horário para acontecer. Até um certo tempo, era costume se ficar nas praças no final da tarde ou a noite, mas esse privilégio foi também roubado. "A cidade está tomada pelos bandidos", conta um morador que prefere não se identificar. Celulares e outros aparelhos são tomados de assalto nas praças, ruas bem movimentadas. Ir ao banco é uma aventura.
Diversos moradores relatam à nossa reportagem experiências e descrenças com o poder público local, que prefere lançar culpa de modo generalizado, alegando ser um problema geral. "A gente ver em outras cidades a guarda municipal que ajuda muito (...) vê Camocim, como ficou tranquila e boa de se viver depois da guarda", lembra uma cidadã. Em dias de semana, logo ao anoitecer, a ordem é trancar as portas. Parece uma situação de guerra, mas deflagada pelos bandidos e pela ausência do Poder Público. "Antigamente a gente sentava nas calçadas para passar o tempo de noite, mas agora, quem é doido? Tem que ficar dentro de casa mesmo, e ainda corre risco de ser roubado", lembra outro morador que optou também por não se identificar.
A cidade conta com um efetivo de três a quatro policiais militares. Apesar de a Administração se posicionar "em busca de soluções", não se vê nas ruas a tranquilidade de antes. O medo se instalou de modo efetivo e nos olhares dos sãojoaquinenses restam a esperança de que um assunto tão delicado e importante deixe de ser palavras e se torne prática.
Da Central de Jornalismo
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