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ALVORADA FESTIVA: Memórias da Festa de Reis


Não seria diferente. Começar uma série de especiais sobre tão importante evento sem provocar a memória do leitor de fatos e acontecimentos que foram com o tempo esquecidos.


A noite era lentamente rompida com os primeiros clarões de janeiro nas serras. O céu limpo  uma camada de névoa circulando o monte na região onde hoje se localiza a barragem dava um tom de serenidade. Os primeiros dobrados de uma banda musical, com os acordes cadenciados, quase militares se ouvia ao longe. Um pipoco rimbombava forte e respondia nas serras. Era a "Alvorada Festiva" que começava. Festa de Reis, numa São Joaquim do Monte em clima de família.

Rostos ainda congestionados de sono apareciam nas portas. A banda seguia pelas ruas tocando aqueles dobrados saudosos sem pressa enquanto o "vira-serra" se fazia ouvir de longe. O leitor talvez esteja e perguntando o que é esse tal de "vira-serra"...explico. Um foguetão feito com uma bomba artesanalmente amarrada a uma haste que produzia um pipoco característico e forte, cujo eco-resposta batizou o artifício. Essa mistura do dobrado da alvorada com os foguetões era um dos cenários mais esperados. Alguns festeiros acompanhavam a banda - "sair atrás da banda", como se costumava dizer na época.

E lá vem a música se aproximando. Portas que se abriam em alegria e as saudações da banda à cidade em festa. Não demorava e os estouro dos foguetões da "salva" completava a orquestração.

Seis horas da manhã. A banda parava. O sino, com o som característico dava o repique. E uma girândola de foguetões potentes acordava definitivamente a cidade para o dia festivo: a Festa de Reis.

Muito se perdeu, mas habita na memória do povo. E essa memória vai ficando preservada, com ou sem alvorada, na terra das serras e romaria.

José Batista Neto


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