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Especialistas alertam sobre riscos de fotos íntimas de jovens na internet


O compartilhamento de fotos íntimas em sites e aplicativos de smartphone, como o WhatsApp se tornou um perigo para muitos jovens que às vezes, não têm a noção do risco dessa exposição. "Ele não vazou as fotos diretos, primeiro ele ameaçou colocar as fotos na internet foi quando eu contei para a minha irmã que me ajudou a contar para os meus pais. Quando eu contei foi um alivio porque quem realmente me interessava, quem precisava saber, sabe." 

Essa é Ana, uma jovem que teve fotos íntimas compartilhadas. Esse é apenas um trecho do depoimento que faz parte de uma campanha de conscientização da ONG Safernet, que há sete anos tem um serviço de denúncias online e ajuda pessoas em todo o país.

Em 2014, o maior número de casos recebidos pelo serviço envolveram vazamento de imagens íntimas -  224 casos foram de sexting, que ocorre quando pessoas tem mensagens ou fotos com conotação sexual compartilhadas. Houve um aumento de 120% comparado com 2013, quando foram registrados 101 casos.

Meninos e meninas produzem e compartilham imagens íntimas, mas são as mulheres quem mais sofrem e pedem ajuda como conta a a psicóloga e coordenadora do canal de ajuda da Safernet Juliana Cunha :

"Nos últimos anos, a gente percebeu que houve um aumento significativo de casos especialmente de meninas que tiveram fotos íntimas vazadas na internet e isso nos fez perceber que esse é um tema muito sensível e importante, porque o sofrimento na vida delas é muito grande as consequências são sérias e nós tivemos há dois anos o caso de suicídio de duas meninas que não suportaram a pressão

A central de denuncia da ONG trabalha em parceria com a policia federal e o Ministério Público. Para Juliana Cunha, a nova geração está se confrontando com algo novo que é o fato de ter a imagem acessada por milhares de pessoas.

 "Eles estão vivendo sua primeiras experiências sexuais na internet, namorando através da internet, usando a internet, usando a webcam e tendo de fato a possibilidade de produzir imagens e trocar essas imagens através de aplicativos, aplicativos que prometem destruir essas imagens depois. Então tudo isso contribui para que eles tenham essas imagens, quer sejam fotos, videos, vazadas e que de fato acabam se disseminando na rede."

Segundo a advogada especialista em direito digital e idealizadora do movimento Família Mais Segura na Internet, Patricia Peck, as denúncias representam apenas 20% dos casos que ocorrem.

 "Apesar de aumentarem as denúncias, elas são menos de 20% dos casos que ocorrem porque em 80% dos casos as pessoas têm vergonha do que aconteceu, não fazem nada. O pai e a mãe antigamente mudavam de escola, de cidade. Não adianta mudar de escola, de cidade, aquele contéudo vai atrás da família onde ela for."

Para Patricia Peck, são necessárias campanhas de orientação e que mostrem também onde denunciar. Além do site, o movimento família mais segura na internet conta com 20 mil voluntários que ensinam ética e segurança em comunidades, igrejas e escolas de todo o país . Eles defendem que o tema se torne disciplina obrigatória.

As denúncias também podem ser feitas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República ou pelo aplicativo Proteja Brasil, que pode ser utilizado em tablets e smartphones e mostra onde se encontram os serviços de proteção integral dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros.

Agência Brasil

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